quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Preservação

Questionar o modo como se pensa de forma a melhor adequá-lo à realidade das coisas não é um simples exercício de estilo, mas a condição necessária para compreender e melhor agir.

O concretizar de muitos dos nossos objectivos pode implicar o substituir do natural pelo fabricado, finito esquecer noções elementares como o carácter ou irreversibilidade ou incluir por vezes, até inadvertidamente, ideias como degradação e mesmo destruição.

Cada uma das nossas actividades deixa uma marca específica no local onde a exercemos e daí a importância do modo como actuamos. A forma de resolver a mais simples das banalidades ou a mais complexa das tarefas contribui para o encontrar de soluções ou para o agravar de problemas já existentes.

O caminho a percorrer até à generalização de um clima de sensibilização relativamente aos problemas de conservação da natureza é longo e difícil exigindo um esforço concertado no sentido de se superarem as hesitações, se ultrapassarem certas barreiras institucionais e se disciplinarem os múltiplos interesses em presença.

(rebuscado algures).

5 comentários:

  1. Rebuscado ou não, creio que é ainda um pouco utópico.
    A verdade é que, mais do que longo e difícil, esse caminho a percorrer mostra-se na maioria das vezes impossível.
    É um processo tão longo e tão difícil e interfere tanto nos dogmas de cada indivíduo e dos grupos sociais a que pertencem, que se torna mesmo indesejado.
    A generalizção de que falas é um cenário muito romântico. As ideias estão enraizadas. Os hábitos e comodidades continuarão a prevalecer.
    É preciso lutar, sim, mas por princípio - não com o desejo sempre frustrante de mudar o mundo.
    Ou ficaremos malucos antes de qualquer fim ser atingido :-) E depois?

    f,

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  2. Pois, isto para mim é um pouco mais simples: é um problema de inteligencia, se pensar bem cansa... então não ficaremos malucos, já estamos malucos.

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  3. Às vezes sou, também eu, demasiado rebuscado ou elaborado a escrever… ou tenho, simplesmente, tendência para complicar :-) Receio, por isso, que não tenha ficado claro o teor das linhas anteriores.
    Eram palavras de apoio e não de crítica. Eram palavras de desabafo frustrado e não de provocação.
    Não estamos nada malucos, é preciso apenas medir os esforços para não nos prejudicarmos demasiado em nome daquilo em que acreditamos! Porque quando rebentas de esforço e dedicação, não haverá ninguém para continuar a tua obra.
    E fica sempre tudo por dizer.

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  4. É claro companheiro eu não entendi que se tratasse de critica destrutiva mas tem um teor de resignação. Quer queiramos ou não estamos todos neste barco e não vale a pena dizer já que o braco se vai afundar se o que estamos a ver é que ele está a meter água. Estas coisas são dificeis e doi estar a assistir sem fazer nada.
    Prefiro pensar que sou uma pulga num palheiro e que se for irrequieto o homemzinho pode desistir um dia de frequenta-lo... dáva jeito era aparecer mais pulgas.

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  5. Pois, era essa resignação que não desejava transparecer!
    Não me resigno, apenas vejo as coisas com menos romantismo.
    Ou seja, é preciso fazer, acreditar, dizer, gritar… sim - mas sem a ideia infantil (a mais bela e pura, porém perigosa) de que isso poderá mudar alguma coisa grande e significativa.
    Se pudesse, às vezes, deixar transbordar toda a energia, a revolta que me assola… se isso pudesse ser canalizado para algo grandioso, seria atingido esse sonho de transformação.
    Mas a verdade é que não pode. E não é resignação, é mesmo pragmatismo.

    Seguindo a mesma analogia, fui uma pulga toda a minha vida!
    Tornei-me mais desapaixonado com o passar dos anos, é certo, mas acontece que vais levando porrada e vais criando barreiras, tornas-te mais cínico, prevenido… pois às vezes também é preciso respirar, viver, esquecer um pouco o ideal… fechar os olhos para, depois, ver com mais clareza e, assim direccionar a energia de forma mais eficiente.
    E pode ser que um dia, já velhinho, respires de alívio e sorrias.
    Não por teres mudado o mundo, mas porque sabes que passaste a vida a fazer o que podias e a influenciar os que te rodeiam, sem, no entanto, teres perdido a cabeça tentando alcançar patamares demasiado elevados. E acredita que vais ter feito muito mais dessa forma, e quando olhares por cima do ombro, seremos muitos os que te acampanharam.

    Rebuscado algures… :-)

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